Papa diz que muros invisíveis dividem pessoas na Europa
Da redação, com Rádio Vaticano
Em vídeomensagem, o Papa Francisco pediu que os europeus tenho a coragem de dizer: “precisamos de mudança!”
O Papa Francisco enviou uma vídeomensagem aos participantes do evento “Juntos pela Europa”, que se realiza desde a última quinta-feira, 30, na Praça Central de Munique, na Alemanha, e que termina neste sábado, 2.
O Santo Padre afirmou que, de fato, é hora de se unir para enfrentar as problemáticas do deste tempo com “verdadeiro espírito europeu”. Ele disse que, além dos visíveis, existem muros invisíveis que dividem o continente e que se erguem nos corações das pessoas. “Muros feitos de medo e de agressividade, de falta de compreensão pelas pessoas de diferentes origens ou convicções religiosas. Muros de egoísmo político e econômico, sem respeito pela vida e pela dignidade de cada pessoa”.
“Ao reconhecer estas problemáticas da nossa época, devemos ter a coragem de dizer: precisamos de mudança! A Europa é chamada a refletir e a se questionar se o seu imenso patrimônio, permeado de cristianismo, faz parte de um museu, ou se ainda é capaz de inspirar a cultura e de doar os seus tesouros à humanidade inteira”.
Francisco disse que o “Juntos pela Europa”, que examina os desafios na Europa, deve apresentar os testemunhos da sociedade civil, que trabalha em rede para o acolhimento e a solidariedade para com os mais fracos e desfavorecidos, para construir pontes, para superar os conflitos declarados ou latentes.
“A história da Europa é um encontro constante entre Céu e Terra, que sempre caracterizou o homem europeu: o Céu indica abertura ao Transcendente, a Deus; e a Terra representa a sua capacidade prática e concreta de enfrentar situações e problemas. Vocês também representam Comunidades e Movimentos cristãos nascidos na Europa, portadores de multiplices carismas, dons de Deus a serem colocados à disposição”.
“Juntos pela Europa”, explicou Francisco, é uma força de coesão com o objetivo de traduzir os valores básicos do cristianismo como resposta concreta aos desafios de um continente em crise.
“Seu estilo de vida se fundamenta no amor mútuo, vivido com radicalismo evangélico. Uma cultura da reciprocidade exige examinar-se, estimar-se, acolher-se, ajudar-se reciprocamente. Significa valorizar as variedades dos carismas, de modo a convergir para a unidade e enriquecê-la. A presença transparente e tangível de Cristo entre vocês é o testemunho que leva a crer”, disse o Papa.
Segundo o Pontífice, se a Europa quiser ser uma família de povos, deve colocar no centro a pessoa humana, ser um continente aberto e acolhedor, continuar realizando formas de cooperação não só econômica, mas inclusive social e cultural.
“Vocês, que responderam com coragem ao chamado de Deus, são chamados a mostrar a sua novidade na vida, fazendo florescer os frutos do Evangelho, frutos que brotaram das raízes cristãs que, há 2000 anos, nutrem a Europa. E trarão frutos ainda maiores! Mantenham o frescor dos seus carismas; mantenham vivo o modo de viver “Juntos” e o expandam! Façam com que as suas casas, as suas comunidades e cidades sejam laboratórios de comunhão, de amizade e de fraternidade, capazes de integrar e estar abertos ao mundo inteiro”, encorajou.