Por que unimos as mãos para orar?
Por Padre Henry Vargas Holguín, via Aleteia
A oração exige uma posição adequada das mãos, e este gesto tem um grande valor simbólico.
Na antiguidade cristã, era costume levantá-las, em postura de oferecer ou de receber. Esta é a atitude de quem ora, como vemos nos afrescos das catacumbas romanas, e que ainda hoje se observa isso. O sacerdote, por exemplo, em alguns momentos da missa, levanta suas mãos.
Posteriormente, introduziu-se o uso das mãos unidas. As mãos unidas recordam o gesto tão antigo de atar ou amarrar as mãos dos prisioneiros. É por isso que os que eram martirizados caminhavam com as mãos unidas na hora do sacrifício, em oração e entrega.
No mundo romano, um capturado podia evitar a morte imediata adotando esta postura das mãos atadas, como em atitude de súplica, pedindo piedade; hoje, este gesto foi substituído pelo gesto de levantar uma bandeira branca, expressando rendição.
Também se sabe que, na Idade Média, os vassalos prometiam fidelidade aos senhores feudais unindo as mãos. Por isso, o cristianismo assumiu o gesto como sinal de obediência total do homem à autoridade de Deus, e as mãos unidas passaram a expressar a submissão do homem com relação ao seu Criador.
Este gesto é visto hoje também no rito da ordenação sacerdotal: o ministro ordenado coloca suas mãos unidas entre as mãos do bispo.
O gesto das mãos unidas também expressa que uma pessoa está concentrada em algo, que interioriza seus sentimentos de fé. É a postura de quem está em paz, e não distraído no momento de orar.
Além disso, as mãos unidas são sinal de que se é consciente de estar na presença de Deus; portanto, é um gesto de humildade, de atitude orante e de confiança.
Este é o gesto mais apropriado para a celebração litúrgica, especialmente no momento de comungar.