papa_missaDeixemo-nos olhar pelo Senhor, convida Papa em Cuba

Por André Cunha, da redação
Foto: Reprodução CTV

O convite do Papa em sua segunda Missa em Cuba foi para que deixemo-nos olhar pelo Senhor

“Deixemo-nos olhar pelo Senhor na oração, na Eucaristia, na Confissão, nos nossos irmãos, especialmente naqueles que se sentem postos de lado, que se sentem mais sozinhos”. Este foi o convite do Papa Francisco, na Missa que celebrou nesta segunda-feira, 21, na Praça da Revolução “Calixto García Iñíguez”, em Cuba.

Foi a segunda celebração eucarística do Pontífice em solo cubano, desde que chegou ao país no sábado, 19.

O Santo Padre destacou, na homilia, o olhar misericordioso de Jesus que mudou “intimamente” o coração de Mateus, mártir celebrado hoje pela Igreja. Este, antes de ser apóstolo, era cobrador de impostos, tido por muitos como um pecador, rejeitado e deixado de lado pela maioria judaica da época.

Segundo o Papa, Jesus o olhou com “olhos de misericórdia”, como ninguém o fizera antes. “Este olhar abriu o seu coração, fê-lo livre, curou-o, deu-lhe uma esperança, uma nova vida…”, disse o Pontífice.

“Convido-vos a fazerdes, em vossas casas ou na igreja, um tempo de silêncio recordando, com gratidão e alegria, as circunstâncias, o momento em que o olhar misericordioso de Deus pousou sobre a nossa vida”, convidou o Papa completando a reflexão.

Para Francisco, o olhar de Jesus gera uma atividade missionária, de serviço, de entrega. O seu amor cura as “miopias” espirituais e incita-nos a olhar mais além, a não nos determos nas aparências ou no politicamente correto.

“Deixemo-nos olhar pelo Senhor na oração, na Eucaristia, na Confissão, nos nossos irmãos, especialmente naqueles que se sentem postos de lado, que se sentem mais sozinhos. E aprendamos a olhar como Ele nos olha. Partilhemos a sua ternura e misericórdia pelos doentes, os presos, os idosos e as famílias em dificuldade”.

O Papa evidenciou ainda o “grande esforço e sacrifício com que a Igreja em Cuba trabalha para levar a todos, mesmo nos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo”.

Lembrou as “casas de missão”, locais onde muitas pessoas, dada a escassez de templos e sacerdotes, utilizam como um espaço para a oração, a escuta da Palavra, a catequese e a vida comunitária. “São pequenos sinais da presença de Deus na nossa terra…”, disse.

Por fim, voltou-se à Virgem da Caridade do Cobre, um dos títulos de Maria Santíssima, em Cuba. “Peço-Lhe que mantenha, sobre todos e cada um dos filhos desta nobre nação, o seu olhar materno e que estes seus ‘olhos misericordiosos’ velem sempre por cada um de vós, vossas casas, famílias, pelas pessoas que possam sentir que não há lugar para elas”.