Dinheiro e poder sujam a Igreja, alerta Papa Francisco
Da redação, com Rádio Vaticano
Foto: Arquivo L’Osservatore Romano
Francisco explica que desejo por poder é vontade mundana e contraria caminho que Jesus indica
Papa Francisco afirmou nesta terça-feira, 17, que o dinheiro e o poder sujam a Igreja. Na Missa celebrada esta manhã na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, o Santo Padre disse que o caminho que Jesus indica é o serviço, mas com frequência na Igreja buscam-se poder, dinheiro e vaidade.
Refletindo sobre o Evangelho de São Marcos (cf. Mc 9,30-37), proposto na liturgia do dia, o Papa afirmou que estas tentações mundanas comprometem também hoje o testemunho da Igreja:
“No caminho que Jesus nos indica, o serviço é a regra. O maior é aquele que serve mais, quem está mais ao serviço dos outros, e não aquele que se vangloria, que busca o poder, o dinheiro, a vaidade, o orgulho… Não, esses não são os maiores. E o que aconteceu aqui com os apóstolos, inclusive com a mãe de João e Tiago, é uma história que acontece todos os dias na Igreja, em cada comunidade. ‘Mas entre nós, quem é o maior? Quem comanda?’ As ambições… Em cada comunidade – nas paróquias ou nas instituições – sempre existe esta vontade de galgar, de ter poder.”
Na sua homilia, o Papa Francisco sublinhou que a vontade mundana de estar com o poder acontece nas paróquias, nos colégios e também nos episcopados, uma atitude que não é a atitude de Jesus que veio para servir e ensina o serviço e a humildade.
O Pontífice destacou que todos são tentados pelas atitudes de poder e de vaidade, e pediu ao Senhor que ilumine a cada um para entender que o espírito mundano é inimigo de Deus.
“Todos nós somos tentados por estas coisas, somos tentados a destruir o outro para subir mais. É uma tentação mundana, mas que divide e destrói a Igreja, não é o Espírito de Jesus. É belo, imaginemos a cena: Jesus que diz estas palavras e os discípulos que dizem ‘não, é melhor não perguntar muito, vamos em frente’, e os discípulos que preferem discutir entre si qual deles será o maior. Vai-nos fazer bem pensar nas muitas vezes que nós vimos isto na Igreja e nas muitas vezes que nós fizemos isto, e pedir ao Senhor que nos ilumine, para entender que o amor pelo mundo, ou seja, por este espírito mundano, é inimigo de Deus”.