Sant’Ana, a mãe da Virgem Maria
Sal da Terra 166, junho de 2014
Sant’Ana é aquela privilegiada criatura que Deus escolheu, para ser na terra, Mãe da Virgem Maria. Dela, bem pouco nos dizem a história e a Sagrada Escritura, mas basta sabermos que ela é a mãe de Maria Santíssima e avó de Jesus que compreendemos a sua importância e o seu poder.
Sant’Ana, cujo nome em hebraico significa graça, pertencia a família do sacerdote Aarão e seu marido, São Joaquim, pertencia a família real de Davi. Já com idade avançada, o casal não tinha filhos e por isso, São Joaquim foi censurado pelo sacerdote Rúben. Contudo, confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para orar e fazer penitência. Ali, um anjo do Senhor apareceu e disse que Deus havia ouvido suas preces. Voltando ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida. A paciência, resignação e confiança em Deus levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe do filho de Deus.
A devoção aos pais de Nossa Senhora é muito antiga no Oriente, onde foram cultuados desde os primeiros séculos de nossa era, atingindo sua plenitude no século VI. Já no Ocidente, o culto de Sant’Ana remonta ao século VIII, quando, no ano de 710, suas relíquias foram levadas da Terra Santa para Constantinopla, de onde foram distribuídas para muitas igrejas do Ocidente, estando a maior delas na igreja de Sant’Ana, em Düren, Renânia, Alemanha.
O culto a Sant´Ana se tornou muito popular na Idade Média, especialmente na Alemanha, e foi oficializado em 1378 pelo Papa Urbano IV. Na França, o culto da Mãe de Maria teve um impulso extraordinário depois das aparições da Santa em Auray, em 1623. Antes disso, em 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de Julho e o Papa Leão XIII a estendeu para toda a Igreja, em 1879.
Tendo sido o culto a São Joaquim comemorado, inicialmente, em dia diversa ao de Sant’Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria Santíssima.
DEVOÇÃO NO BRASIL E NO RN
No Brasil, os empregados que trabalham na produção de cédulas, moedas e outros produtos fabricados na Casa da Moeda do Brasil têm em Sant´Ana sua padroeira. A devoção a Sant’Ana obedece a uma tradição vinda de Portugal, onde os moedeiros de Lisboa administravam a Confraria de Sant’Ana da Sé. Era comum, naquela época, cada corporação administrar a Confraria de seu padroeiro.
No Estado do Rio Grande do Norte, são populares as festas em honra de Sant´Ana, especialmente na região do Seridó. Cidades como Caicó e Currais Novos têm a Mãe de Maria por padroeira. Em Natal, Sant´Ana é a padroeira da Paróquia do bairro de Soledade II e também recebe a devoção de fiéis da comunidade de Capim Macio.