A conversão é certa quando chega ao “bolso”, diz Papa
Da Redação, com Rádio Vaticano
Foto: L’Osservatore Romano
Francisco falou da necessidade de conversão, alertando os cristãos para que não sejam “mornos”, acomodados e nem cristãos de aparência
Na Missa desta terça-feira, 18, o Papa Francisco advertiu os fiéis para não se tornarem ‘cristãos mornos, acomodados ou de aparência’. O Santo Padre destacou que os cristãos devem sempre atender ao chamado de Jesus à conversão, para não passarem de pecadores a corruptos.
“A conversão é uma graça, é uma visita de Deus”, disse meditando sobre a liturgia do dia, extraída do Apocalipse de João e do encontro entre Jesus e Zaqueu. Na primeira leitura, Deus pede aos cristãos de Laudiceia que se convertam, porque caíram na ‘tepidez’; vivem na ‘espiritualidade da comodidade’. Quem vive assim, afirmou, pensa que não lhe falta nada, que está bem, pois vai à missa aos domingos e reza de vez em quando. “Estou na graça de Deus e sou rico”, acreditam.
“Este estado de espírito é um estado de pecado. O Senhor não poupa palavras a estas pessoas e lhes aconselha a ‘vestirem-se’, porque os cristãos ‘acomodados’ são nus”.
Francisco também alertou sobre os cristãos que vivem de aparência. Ele disse que as aparências são o sudário desses cristãos que, na verdade, estão mortos. Deus sempre chama à conversão, então o Papa convidou os fiéis a refletirem se são ou não cristãos de aparência.
“Eu sou um destes cristãos das aparências? Sou vivo dentro, tenho uma vida espiritual? Sinto o Espírito Santo? Dou-lhe ouvidos? Ou… se parece que vai tudo bem, não me questiono? Tenho uma boa família, ninguém fala mal de mim, tenho tudo o que preciso, sou casado na Igreja… estou na graça de Deus, estou tranquilo. Estes são cristãos de fachada. Devemos procurar alguma coisa de vivo dentro, temos que nos converter: das aparências à realidade. Do torpor ao fervor”.
O terceiro chamado à conversão aparece em Zaqueu, um corrupto que era como muitos dirigentes de hoje, disse o Papa: exploram o povo para servir a si mesmos. Mas Zaqueu sentiu algo dentro de si e procurou Jesus. “O Espírito Santo é sagaz, eh! E semeou a semente da curiosidade, e aquele homem para vê-lo se comporta de maneira um pouco ridícula. Pensem num dirigente importante, e também corrupto, um chefe dos dirigentes, mas sobe numa árvore para observar uma procissão: pensem nisso. Que ridículo!”
Francisco explicou que a Palavra de Deus entrou naquele coração e, com a Palavra, entrou a alegria. “Os da comodidade e da aparência tinham esquecido o que era a alegria; e este corrupto a recebe imediatamente, o coração muda, se converte”. E assim Zaqueu promete devolver quatro vezes o que roubou:
“Quando a conversão chega até o bolso, é certa. Cristãos de coração? Sim, todos. Cristãos de alma? Todos. Mas cristãos de bolso, poucos, eh! Poucos. Mas, a conversão … e aqui chegou logo: a palavra autêntica. Converteu-se. Mas diante desta palavra, havia outra, a dos que não queriam a conversão, que não queriam se converter”.
Segundo Francisco, a Palavra de Deus é capaz de mudar tudo, mas nem sempre o homem tem a coragem de acreditar na Palavra de Deus e recebê-la. A Igreja deseja que, nestas últimas semanas do Ano Litúrgico, os fiéis pensem muito seriamente na conversão, para que possam avançar no caminho da vida cristã.
“Recordar a Palavra de Deus, fazer apelo à memória, de protegê-la, de vigiar e também de obedecer à Palavra de Deus, porque começamos uma vida nova, convertida”.