“Somos chamados a combater todas as formas de escravidão”, diz Papa
Por Rádio Vaticano
Ao meio-dia deste 1º de janeiro de 2015, o Papa Francisco dirigiu-se à janela do apartamento Pontifício para rezar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano.
Num domingo de clima festivo, céu azul e muito frio, o Papa recordou a maternidade de Maria, a libertação que Cristo nos trouxe, o Batismo e a mensagem para este Dia Mundial da Paz.
Na reflexão que precede a oração do Angelus, o Papa ressaltou a expressão paulina “nascido de uma mulher”, que revela de maneira essencial e “por isto ainda mais forte” a “verdadeira humanidade do Filho de Deus”, referindo-se após à expressão “nascido sob a Lei”, extraída da Carta de Paulo aos Gálatas:
“Com esta expressão, ele sublinha que Cristo assumiu a condição humana libertando-a da fechada mentalidade legalista. A lei, de fato, privada de graça, torna-se um jugo insuportável, e ao invés de nos fazer bem, nos faz mal. Eis então porque Deus nos envia o seu Filho à terra, para fazer-se homem: uma finalidade de libertação, antes ainda, de regeneração. De libertação para resgatar os que estavam sob a lei (…), mas sobretudo de regeneração, para que recebêssemos a adoção de filhos”.
A este ponto Francisco recorda que esta “estupenda passagem” de sermos incorporados em Cristo, tornando-nos realmente filhos, ocorre com o Batismo, que nos torna membros vivos em Cristo e nos insere na sua Igreja:
“No início de um novo ano nos fará bem recordar o dia de nosso Batismo. Redescubramos o presente recebido naquele Sacramento que nos regenerou na vida nova, a vida divina. E isto por meio da Mãe Igreja, que tem como modelo a Mãe Maria. Graças ao Batismo fomos introduzidos na comunhão com Deus e não estamos mais sob o poder do mal e do pecado, mas recebemos o amor, a ternura, a misericórdia do Pai celeste”.
O Papa recordou então o Dia Mundial da Paz, celebrado hoje, que tem como tema “Não mais escravos, mas irmãos”:
“Uma mensagem que nos envolve a todos. Todos somos chamados a combater todo tipo de escravidão e a construir fraternidade. Todos, cada um segundo a sua própria responsabilidade”.
Ao concluir, o Papa apresenta a “Maria Mãe de Deus e Mãe nossa”, todos os nossos propósitos de bem, pedindo que ela “estenda sobre nós em todos os dias do ano novo o manto de sua materna proteção”.
Após recitar o Angelus, o Papa dirigiu sua saudação a todos os presentes vindos de várias partes do mundo, em particular, “às dioceses no mundo inteiro que promoveram momentos de oração pela paz”, recordando também as diversas iniciativas pela paz.
Ao final, a Praça São Pedro uniu-se através de um colegamento vídeo com a cidade de Rovereto, no Trentino, onde um grande sino chamado de “Maria Dolens”, confecionado para honrar os caídos em todoas as guerras, repicou por alguns minutos. O sino foi abençoado por Paulo Vi em 1965. “Que seja um auspício de que nunca mais existam guerras, mas sempre o desejo e empenho de paz e de tfraternidade entre os povos”, afirmou o Santo Padre.