Pastorinhos e protomártires do Brasil: datas de canonizações definidas
Por Canção Nova, com Agência Ecclesia e Rádio Vaticano
Dois dos pastorinhos de Fátima, os beatos Francisco e Jacinta Marto serão canonizados no próximo dia 13 de maio em cerimônia presidida pelo Papa Francisco em Fátima, em sua visita por ocasião do centenário das aparições de Nossa Senhora. A data foi decidida e anunciada nesta quinta-feira, 20, em consistório, uma reunião do Papa com os cardeais.
Francisco e Jacinta serão os santos não-mártires mais jovens da história da Igreja católica. Eles foram beatificados há 17 anos, também em Fátima. “O Santuário de Fátima volta assim a ser o palco de uma cerimônia no processo de canonização de Francisco e Jacinta, depois de, a 13 de maio de 2000, João Paulo II ter presidido ali à beatificação dos dois videntes”, declara o Santuário de Fátima.
A última etapa para a canonização dos dois pastorinhos foi concluída no último dia 23 de março, quando o Papa Francisco aprovou o milagre atribuído a eles. Trata-se da cura milagrosa de uma criança no Brasil.
A decisão da comissão de peritos ou científica sobre a aceitação do milagre foi posteriormente analisada por uma comissão de teólogos, que recomendou a aceitação à Congregação para a Causa dos Santos e depois foi encaminhada ao Papa. Com a canonização no próximo dia 13 de maio, chega ao fim um processo iniciado há 65 anos.
A canonização é a confirmação, por parte da Igreja Católica, de que alguém é digno de culto público universal, podendo ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
A festa litúrgica de Francisco e Jacinta Marto ocorre a 20 de fevereiro, dia da morte de Jacinta.
Também no Consistório Ordinário Público, presidido pelo Papa Francisco hoje, foram definidas as datas de outras canonizações. Os protomártires do Brasil serão canonizados pelo Papa Francisco em 15 de outubro próximo, na Basílica de São Pedro.
Os futuros santos são: André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira e seus vinte e sete companheiros leigos, que em 1645, no Rio Grande do Norte, derramaram seu sangue por amor a Cristo. Conhecidos como mártires de Cunhaú e Uruaçu, eles foram beatificados no ano 2000.
Em 16 de julho de 1645, o padre André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis estavam participando da missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú – no município de Canguaretama (RN).
Em 3 de outubro de 1645, três meses depois, houve o massacre de Uruaçú. Padre Ambrósio Francisco Ferro foi torturado e o camponês Mateus Moreira, morto. Os invasores calvinistas não admitiam a prática da religião católica.
“Esses mártires, para a nossa Igreja e o Brasil, são uma mensagem perene de convicção de vivência da fé, e sobretudo num mundo tão adverso onde a secularização vai grassando todas as instâncias da sociedade sobretudo a vida humana, é um momento em que nós nos voltamos para valores mais altos, é uma mensagem muito eloquente de valores mais altos, valores eternos, o sangue derramado pelo nome de Cristo, pela Igreja e para a glória de Deus, então é uma benção muito grande para todos nós”, declarou o arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha.