papa_bosniaNa Bósnia, Papa encoraja líderes religiosos na busca pela paz

Da redação, André Cunha
Foto: Reprodução CTV

“Sinceramente aprecio tudo o que fizestes até agora e encorajo-vos neste vosso compromisso com a causa da paz”, disse o Papa aos líderes religiosos

Um encontro ecumênico e inter-religioso reuniu neste sábado, 6, líderes das religiões ortodoxa, judaica e muçulmana, com o Papa Francisco em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegóvina. Foi o penúltimo compromisso do Santo Padre durante sua visita ao país.

O encontro iniciou-se com a fala dos líderes de cada religião. O representante muçulmano disse que, numa área de “grande sofrimento” como é Sarajevo, os esforços devem estar na difusão da fé e que para isso é necessário retornar aos valores humanos de fraternidade entre os homens.

Ele ressaltou que nas ações religiosas não deveria haver espaço para a soberba e o egoísmo. “No egoísmo se esquece o significado do verdadeiro amor a Deus e ao próximo”, afirmou.

O representante ortodoxo saudou o Papa, logo em seguida, com a expressão bíblica “Bendito o que vem em nome do Senhor”. Observou que a convivência pacifica não foi totalmente atingida, e destacou a ajuda do Pontífice na confirmação de que as relações podem ser dignas e devem estar baseadas no respeito recíproco.

Em seguida, o rabino de Sarajevo, representante dos judeus, disse ser bom cada religião ter o próprio ponto de vista, mas que é necessário ter o respeito pelo outro. “A sua visita encoraja e doa alegria a todos. O senhor é alguém que nos quer bem e, sem reservas, nos ajuda e sermos pessoas melhores”, disse o rabino judeu ao Papa Francisco.

O Santo Padre foi quem finalizou a sequência de discursos. Ele agradeceu aos líderes pelas reflexões propostas. Disse que o encontro de hoje foi o sinal de um desejo comum de fraternidade e de paz, e que já é uma ‘mensagem’ daquele diálogo que todos procuram e pelo qual trabalham.

No diálogo, segundo o Papa, reconhece-se e desenvolve-se uma comunhão espiritual, que unifica e ajuda a promover os valores morais, a justiça, a liberdade e a paz. É uma escola de humanidade e um fator de unidade, que ajuda a construir uma sociedade baseada na tolerância e no respeito mútuo.

“O diálogo inter-religioso não pode limitar-se só a alguns, apenas aos responsáveis das comunidades religiosas, mas deveria estender-se o mais possível a todos os crentes, envolvendo os diferentes setores da sociedade civil. Neste sentido, merecem uma atenção especial os jovens, chamados a construir o futuro deste país”, considerou.

Por fim, disse-lhes apreciar, sinceramente, tudo o que foi feito até agora e encorajou-os neste compromisso com a causa da paz, da qual, os líderes religiosos, são os primeiros guardiões na Bósnia-Herzegovina. “Asseguro-vos de que a Igreja Católica continuará a dar todo o seu apoio e a garantir a sua completa disponibilidade”, disse-lhes o Papa.

O último compromisso do Papa Francisco em Sarajevo será um encontro com os jovens no Centro Diocesano Juvenil João Paulo II.