O que pode ser apresentado no ofertório da missa?
Por Padre Henry Vargas Holguín via Aleteia
Já sabemos muito bem que Jesus instituiu o sacrifício e o banquete pascoais. Quando? Na Última Ceia. E, quando o bispo ou sacerdote (representando Cristo) realizam o mesmo ato do Senhor (que os deixou a tarefa de fazer isso em memória dele), o sacrifício da cruz se faz continuamente presente na Igreja.
Por isso, a Igreja organizou a Liturgia Eucarística com as partes que respondem às ações e palavras de Jesus, começando pela apresentação dos dons. Em que consiste a preparação dos dons? Em levar ao altar as oferendas do pão e do vinho com água, ou seja, os mesmos elementos que Cristo tomou em suas mãos; são os dons que se converterão no Corpo e no Sangue de Jesus.
O ministro ordenado que preside a missa, ao receber as oferendas eucarísticas, bendiz Deus pelo pão e pelo vinho que foram recebidos da sua bondade e que são fruto da terra e do trabalho do homem, e as apresenta para que se tornem pão de vida e bebida de salvação.
Antes de levantar e oferecer o vinho, o ministro ordenado ou o diácono acrescenta uma gota de água ao vinho, representando a união hipostática da divindade e humanidade de Jesus. Mas representa também a união da nossa oferenda à oferenda perfeita de Cristo na cruz, junto a cada um de nós.
Isso quer dizer que nós participamos do sacrifício de Cristo; é sinal da participação da nossa natureza humana na natureza divina de Jesus.
Na Igreja primitiva, as oferendas do pão e do vinho eram levadas de casa pelos próprios fiéis ao lugar da celebração. Por isso, seria oportuno recuperar o belíssimo gesto de que as oferendas sejam sempre apresentadas pelos fiéis, pelo menos nos dias de festa.
Apesar das modificações nas modalidades (ou seja, apesar de o pão e o vinho já estarem na igreja), o rito de apresentá-los conserva seu significado espiritual, seu sentido e sua força.
A Instrução Geral do Missal Romano recorda que também se pode receber dinheiro ou outros dons para os pobres ou para a Igreja, trazidos pelos fiéis ou coletados na igreja, os quais são colocados no lugar apropriado, fora da mesa eucarística (n. 73).
Infelizmente, o ofertório costuma passar quase inadvertido, mas é um momento importantíssimo, talvez o de maior participação dos fiéis na missa. É importante saber e levar sempre em consideração que, no pão e no vinho, estão representados todos os dons de Deus que, no sacrifício, voltam a Ele.
O ofertório é o momento de oferecer nossas vidas ao Senhor, oferecer-nos com tudo o que somos e temos. E essa oferenda depois nos é devolvida pelo Senhor transformada nele mesmo.
Quando haja apresentação dos dons, é preciso organizar uma procissão. Portanto, as pessoas que vão apresentá-los devem se preparar antes, ou seja, antes de que o rito comece.
Como se prepara o ofertório e a procissão?
1. Depois da oração dos fiéis, começa a liturgia eucarística; esta, por sua vez, começa com o ofertório. A comunidade se senta.
2. As oferendas são apresentadas pelos fiéis, não pelos servidores do altar.
3. O ministro ordenado que preside a celebração (ou o diácono) se coloca entre o presbitério e a nave central da igreja.
4. Na procissão, sempre se leva em primeiro lugar o pão e o vinho, e depois outros dons para o serviço dos pobres (alimentos) ou da igreja (objetos litúrgicos e outros).
5. A procissão é feita pelo corredor central da igreja.
6. Os que participam da procissão fazem uma inclinação de cabeça antes de entregar as oferendas ao ministro ordenado que preside a celebração (ou a outro ministro delegado por ele) e, sem dizer nada, voltam aos seus lugares.
7. Se, além das oferendas eucarísticas do pão e do vinho, forem levadas outras oferendas, é oportuno precedê-las de algum comentário durante a procissão.
8. Se não houver comentário, deve haver um cântico apropriado.
9. Se houver cântico, este começa quando a procissão inicia.
10. As oferendas de dinheiro coletadas durante a procissão dos dons, que também fazem parte da oferenda, devem ser colocadas em um lugar visível, perto do altar.
11. Outros objetos podem ser levados com caráter simbólico, significando agradecimento a Deus, nosso compromisso de fidelidade a Ele, nossas boas ações, nossos trabalhos e sacrifícios etc. É preciso recordar que a Deus se oferece o melhor do melhor, sempre.
12. Obviamente, é preciso ter cuidado com o que se apresenta, e fazê-lo com a aprovação do ministro ordenado que preside a celebração.
13. O que se leva ao altar como dom deve ser algo que depois vá ficar na igreja, e não ser recuperado pela pessoa no final da celebração da missa.