Papa alerta sobre ‘cristãos pagãos’: mundanidade leva à ruína
Da Redação, com Rádio Vaticano
Foto: L’Osservatore Romano
Francisco disse que fiéis precisam evitar as tentações da mundanidade; cristãos de fachada terminarão na ruína, disse
Ainda hoje existem “cristãos pagãos” que se comportam como inimigos da Cruz de Cristo. Esta foi a advertência do Papa Francisco na Missa desta sexta-feira, 7, celebrada na Casa Santa Marta. O Papa destacou a necessidade de evitar as tentações da mundanidade que levam à ruína.
Francisco se inspirou nas palavras de São Paulo aos filipenses e falou sobre os dois grupos de cristãos que existem ainda hoje, como naquela época: os que persistem na fé e os que se comportam como inimigos. Os dois grupos estavam na Igreja, iam à Missa aos domingos, louvavam o Senhor, diziam-se ‘cristãos’. A diferença era que os segundos se comportavam como inimigos da Cruz.
“Eram cristãos mundanos, de nome, com duas ou três coisas cristãs, mas nada mais. Cristãos pagãos, com nome cristão, mas vida pagã, ou seja, pagãos com duas pinceladas de verniz cristã, para parecerem cristãos”.
Segundo Francisco, ainda hoje existem muitos cristãos assim e é preciso estar atento para não entrar nesse caminho. Ele afirmou que a tentação de se acostumar com a mediocridade é uma ruína, porque o coração vai amornando. “E aos mornos, o Senhor diz uma palavra forte: ‘Você é morno e eu estou a ponto de vomitá-lo da minha boca’. É muito forte! São inimigos da Cruz de Cristo. Tomam o nome, mas não seguem as exigências da vida cristã”.
O Papa explicou ainda que São Paulo falava da “cidadania” dos cristãos, que está nos céus, diferentemente daqueles que são cidadãos do mundo. Francisco observou que todos, inclusive ele mesmo, devem se perguntar: “Temos alguma coisa deles. Há algo mundano dentro de mim? Algo de pagão?”.
“Eu gosto de me vangloriar? Eu gosto do dinheiro? Eu gosto do orgulho, da soberba? Onde estão as minhas raízes, ou melhor, de onde sou cidadão? No céu ou na terra? No mundo ou no espírito mundano? A nossa cidadania está nos céus e de lá esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo. E a deles? O destino final deles será a perdição! Estes cristãos de fachada terminarão mal… Mas vejam o final: para aonde leva aquela cidadania que você tem no seu coração? Aquela mundana leva à ruína, aquela da Cruz de Cristo ao encontro com Ele”.
Assim o Papa indicou alguns sinais que estão no coração e que demonstram se a pessoa está “escorregando em direção à mundanidade”. O amor ou apego ao dinheiro, à vaidade e ao orgulho leva ao caminho ruim; já o amor a Deus e o serviço aos irmãos, com docilidade e humildade, leva ao caminho bom.
Francisco mencionou ainda o Evangelho do dia, sobre a parábola do administrador infiel que engana o seu senhor. “Como este administrador narrado pelo Evangelho chega ao ponto de enganar, de roubar ao seu Senhor? Como chegou a esse ponto, do dia pra noite? Não! Pouco a pouco! Um dia um suborno aqui, outro dia uma propina lá e, deste jeito, aos poucos, chega-se à corrupção. O caminho da mundanidade destes inimigos da Cruz de Cristo é assim, te leva à corrupção! E, enfim, termina como este homem, não? Roubando abertamente…”.
O Papa retomou, em seguida, as palavras de São Paulo que pede a permanência firme no Senhor, sem permitir que o coração fraqueje e termine no nada, na corrupção. “Esta é uma boa graça para se pedir, permanecer firmes no Senhor. Contém toda a salvação, aí acontecerá a transfiguração em glória. Firmes no Senhor e no exemplo da Cruz de Cristo: com humildade, pobreza, docilidade, serviço aos outros, adoração e oração”.