papa_perdaoPapa: o perdão de Deus não é uma sentença de tribunal

Da Redação, com Rádio Vaticano
Foto: L’Osservatore Romano

Papa falou da compaixão de Deus, que significa colocar-se no lugar do outro; o perdão de Deus é com coração de Pai, e não como uma sentença de tribunal

A homilia do Papa Francisco nesta sexta-feira, 30, teve como foco a compaixão de Deus. O Santo Padre enfatizou que Deus perdoa os pecados do homem como Pai, não como um funcionário do tribunal que dá uma sentença de absolvição.

“Deus tem compaixão. Tem compaixão por cada um de nós, tem compaixão da humanidade e mandou seu Filho para curá-la, para regenerá-la, para renová-la (…) É interessante que na parábola que todos conhecemos, do Filho Pródigo, diz-se que quando o pai – que é uma representação de Deus que perdoa – vê chegar seu filho, teve compaixão. A compaixão de Deus não é ter piedade: uma coisa não tem nada a ver com a outra”.

Como exemplo, Francisco disse que uma pessoa pode ter piedade do cachorro que está morrendo, mas a compaixão de Deus é colocar-se no problema, na situação do outro, com o coração de Pai. Por isso Deus mandou seu Filho.

“Jesus curava as pessoas, mas não era um curandeiro. Não! Curava as pessoas como um sinal da compaixão de Deus, para salvá-las, para trazer de volta a ovelha perdida, o dinheiro perdido daquela senhora na carteira. Deus tem compaixão. Deus coloca o seu coração de Pai, coloca o seu coração por cada um de nós. E quando Deus perdoa, perdoa como um Pai e não como um funcionário do tribunal, que lê a sentença e diz: ‘Absolvido por insuficiência de provas’. Nos perdoa por dentro. Perdoa porque se colocou no coração desta pessoa”.

E da mesma forma que Jesus foi enviado para trazer a Boa Nova e libertar aqueles que se sentem oprimido, assim devem fazer os padres. “É isto que faz um sacerdote: comover-se, comprometer-se na vida das pessoas, porque um padre é um sacerdote, assim como Jesus é sacerdote. Quantas vezes – e depois temos que nos confessar – criticamos aqueles padres aos quais não interessa aquilo que acontece em sua congregação, que não se preocupam. Não, não é um bom padre! Um bom padre é aquele que se preocupa”.

Um bom padre, concluiu o Papa, é aquele que se envolve em todos os problemas humanos. Ele destacou o serviço oferecido à Igreja pelo Cardeal Javier Lozano Barragán, presente na Missa, por ocasião dos seus 60 anos de sacerdócio. Francisco recordou com gratidão o seu empenho no dicastério para os Agentes de Saúde, no serviço que a Igreja presta aos doentes. “Damos graças a Deus por esses 60 anos de sacerdócio, este é um presente que o Senhor faz ao Cardeal Barragán: Poder viver assim por 60 anos”.