Desapego das falsas riquezas leva à vida verdadeira, diz Papa
Da redação, com Rádio Vaticano
Na oração do Angelus, o Papa Francisco afirma que se há confiança em Deus, pode-se superar todos os obstáculos que impedem de segui-lo no caminho da fé
Neste domingo, 11, o Papa Francisco inspirou a oração do Angelus no Evangelho de Marcos e nos “três olhares” de Jesus. O Pontífice explicou a dualidade que não permitiu que o jovem rico seguisse o Senhor.
“Aquele jovem, entretanto, tem o coração dividido entre dois patrões: Deus e o dinheiro, e vai embora triste. Isso demonstra que a fé e o apego às riquezas não podem conviver. Assim, ao final, o ímpeto inicial do jovem se apaga na infelicidade de um seguimento que não advém”.
Francisco prosseguiu afirmando que somente acolhendo com humildade e gratidão o amor do Senhor, as pessoas se libertarão das seduções dos ídolos e da cegueira das ilusões. “O dinheiro, o prazer, o sucesso, deslumbram, mas depois desiludem: prometem vida, mas trazem morte. O Senhor nos pede para nos desapegarmos destas falsas riquezas para entrar na vida verdadeira, na vida plena, autêntica, iluminada”.
“O jovem não se deixou conquistar pelo olhar de amor de Jesus e, assim, não pôde mudar”, refletiu, ao recordar que ele tinha um coração bom, e que, fitando-o, Jesus o amou, apesar do jovem não se ter deixado envolver pelo olhar de ternura de Cristo.
Ao citar o olhar pensativo e de advertência de Jesus, o Papa recordou o trecho em que Cristo afirma aos discípulos: “Como é difícil a quem tem riquezas entrar no Reino de Deus!”.
“Os discípulos, então, se perguntam: Quem pode ser salvo? Jesus responde com um olhar de encorajamento, o terceiro olhar, e diz: a salvação é sim, impossível aos homens, mas não a Deus. Se confiamos no Senhor, podemos superar todos os obstáculos que nos impedem de segui-lo no caminho da fé”.
Priva-se dos bens
E, assim, chegamos ao terceiro episódio, aquele da solene declaração de Jesus: “Em verdade vos digo: quem deixa tudo para me seguir terá a vida eterna no futuro e o cêntuplo já no presente”.
O Pontífice explica que este cêntuplo é feito das coisas antes possuídas e depois abandonadas, mas que são multiplicadas ao infinito. “Priva-se dos bens e recebe-se em troca a satisfação do verdadeiro bem; libera-se da escravidão das coisas e recebe-se a liberdade do serviço por amor; renuncia-se à posse e ganha-se a alegria do dom”.
Por fim, improvisando, o Papa lançou uma pergunta aos jovens presentes na Praça São Pedro: “Vocês sentiram o olhar de Jesus sobre vocês? O que vocês responderão a Ele? Preferem deixar esta praça com a alegria que Jesus nos dá ou com a tristeza no coração que a mundanidade nos oferece?”
O Santo Padre conclui pedindo a Nossa Senhora que ajude todos a abrir o coração ao amor de Jesus, pois somente Ele pode satisfazer nossa sede de felicidade.