Em coletiva, bispos abordam ecumenismo e Ano da Paz
Por CNBB
No penúltimo dia de Assembleia Geral da CNBB, nesta quinta-feira, 23, os temas em evidência na coletiva de imprensa foram o Ano da Paz, ecumenismo e perseguição aos cristãos e os 50 anos do diaconato permanente. Atendendo a imprensa, estiveram o bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, o bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ), Dom Francisco Biasin e o bispo auxiliar de São Luís (MA), Dom Esmeraldo Barreto de Farias.
Dom Francisco destacou que essa assembleia foi marcada pela celebração de conclusão das comemorações pelos 50 anos do Concílio Vaticano II, grande evento que teve como um de seus objetivos principais a unidade dos cristãos.
Uma realidade muito presente é a perseguição dos cristãos e de fiéis de outras religiões por parte de segmentos organizados do fundamentalismo islâmico. Diante dessa problemática, Dom Biasin informou que a CNBB decidiu emitir uma mensagem, não uma nota, a todos esses irmãos que dão a vida até o martírio, dando “o maior testemunho que um cristão pode dar”.
O bispo de Barra do Piraí não deixou de mencionar o “ecumenismo de sangue”, termo que o Papa Francisco utilizou na visita do Patriarca Karekin II ao Vaticano em agosto do ano passado. O Papa explica que, nos dias atuais, o sangue de muitos cristãos se torna semente de unidade.
“Quisemos que eles experimentassem, através desta nossa mensagem, da nossa oração e da nossa solidariedade, uma fraternidade que nem considera os limites e as divisões que infelizmente aconteceram ao longo dos séculos. O sangue dos cristãos se torna semente de unidade entre todas as Igrejas”.
E com a consciência de que não somente os cristãos dão a vida por causa de sua crença, o bispo manifestou proximidade aos irmãos de outras religiões que são fiéis até o martírio.
Dom Biasin também manifestou a solidariedade da CNBB, seguindo o que fez o Papa Francisco, pelo centenário do genocídio do povo armênio – aproximadamente 1 milhão e meio de armênios foram eliminados. Segundo ele, o Papa usou o termo “genocídio” com coragem, enfrentando críticas e reações do governo turco.
E diante do cenário de perseguição em massa aos cristãos e fiéis de outras religiões, Dom Biasin defendeu que a Comunidade Internacional precisa reagir e tomar atitudes. Aos cristãos, cabe não atacar, mas deter a violência e rezar por seus perseguidores, sem cultivar o ódio, respondendo à violência com a oração e o perdão.
Diaconato
Por ocasião dos 50 anos do diaconato permanente, a CNBB apresenta uma mensagem para a data comemorativa. O assunto foi comentado na coletiva por Dom Esmeraldo, que destacou que o ministério ordenado, do qual o diácono participa, nasce do caminho do serviço, como o próprio Cristo ensinou.
“A marca fundamental da vida de Jesus é o serviço”, disse o bispo, enfatizando que Jesus não disse o que as pessoas deveriam fazer, mas mostrou com a própria vida. “É a própria vida Dele que nos indica como devemos servir, Ele é o primeiro a realizar tudo isso (…) Todos somos chamados a servir, mas o diácono é como que um ícone do cristo servidor”.
No Brasil, mais de 160 dioceses contam com a presença dos diáconos.
Ano da Paz
O último assunto comentado na coletiva de imprensa de hoje foi o Ano da Paz, iniciativa aprovada na Assembleia da CNBB do ano passado. Dom Roberto lembrou que no último Conselho Permanente da entidade foi elaborado um subsídio para esse Ano.
“Nós estamos vivendo reféns do medo, quem de nós pode sair a qualquer hora? Mas temos uma boa notícia: Cristo é o Príncipe da paz. Tanto que o Ano da Paz começa no Advento, que é a expectativa do nascimento do Príncipe da paz, Aquele que vai reconciliar a humanidade (…) A paz é possível com Cristo”.
Dom Roberto lembrou a importância da comunicação no processo de paz pois, segundo ele, às vezes comunica-se só a violência e se esquece de comunicar a paz. “Temos que comunicar paz nas palavras, nos pensamentos e também no nosso cotidiano, na nossa mente. As religiões, as Igrejas têm muito a fazer pela paz”.